Dados do Trabalho


Título

Dermatomiosite difusa e extensa: Relato de caso

Introdução

A dermatomiosite é uma miosite inflamatória autoimune, que, assim como a polimiosite, apresenta um risco aumentado de malignidade. Há uma predileção feminina reconhecida. A apresentação clássica é a de uma miopatia proximal simétrica com alterações dermatológicas associadas que incluem uma erupção vermelho-escura na face, braços, mãos, pernas e outras características. Disfagia, mialgia, febre e perda de peso são outras características.

Descrição

Paciente A.R.F.J, 55 anos, feminino, refere que, após a terceira dose da vacina contra covid, iniciou quadro de dor em MMSS de predomínio proximal e edema de antebraços e coxas. Foi iniciado tratamento com amiltriptilina e sertralina sem melhora dos sintomas. Evoluiu com perda de força em MMII e MMSS, engasgos associados a disfagia de deglutição e tosse com secreção esbranquiçada, mais abundante quando em decúbito.

Submetida a ressonância magnética que evidenciou edema difuso da musculatura ao longo de praticamente todos os segmentos examinados, incluindo as cinturas escapulares, braços, antebraços, cinturas pélvicas e coxas, que apresenta distribuição relativamente heterogênea, que caracteriza quadro de miopatia associada a processo inflamatório. Associam-se áreas de edema do tecido adiposo subcutâneo, redução volumétrica difusa da musculatura das cinturas escapulares, cinturas pélvicas e coxas, com raras estrias de lipossubstituição permeando alguns dos ventres musculares estudados.

Discussão

Dermatomiosite é uma doença idiopática inflamatória crônica que afeta a musculatura estriada, a pele e outros órgãos. Apresenta critérios diagnósticos definidos por Bohan & Peter, podendo os pacientes ser classificados em cinco grupos: dermatomiosite juvenil, dermatomiosite primária idiopática, dermatomiosites amiopáticas, dermatomiosite associada a neoplasias e dermatomiosite associada a outras doenças do tecido conectivo. O sexo feminino é mais afetado, e a idade média do diagnóstico é 40 anos. Manifestações cutâneas são observadas em todos os pacientes. Das alterações sistêmicas, a manifestação muscular mais frequente é a perda de força proximal, e a manifestação pulmonar mais comum é a pneumopatia intersticial. Podem ser observadas neoplasias durante o seguimento da doença, sendo mais frequentes nos pacientes acima de 60 anos. A desidrogenase lática é a enzima muscular alterada na maioria dos casos. Os corticóides são a terapia mais utilizada. As causas de óbito mais frequentes são a neoplasia maligna, a septicemia e a infecção pulmonar.


Palavras Chave

Pele, músculo, inflamação, edema, gordura

Área

Musculoesquelético (incluindo USG)

Autores

Mariany Oliveira Gouveia, Catarina Valladão Rodrigues Santana, Ricardo Andrade Fernandes de Mello