Dados do Trabalho
Título
Achados de imagem esperados após quimioembolização transarterial e ablação por radiofrequência de carcinoma hepatocelular
Introdução
O carcinoma hepatocelular (CHC) é o tumor hepático primário mais comum, representando 85% a 90% dos casos e está associado a baixas taxas de sobrevida a longo prazo, já que apenas 20% a 25% dos pacientes são candidatos ao tratamento curativo, no momento do diagnóstico.
Descrição
O tratamento padrão ouro para o CHC em pacientes que não são candidatos à terapia curativa é a quimioembolização transarterial (TACE), procedimento que consiste no tratamento do tumor hepático através do cateterismo seletivo da(s) artéria(s) que nutrem a lesão, seguido da utilização de quimioterápico (no geral, a doxorrubicina) associado a um agente embolizante (partícula de poliálcool vinílico), partículas carreadoras, microesferas calibradas ou a associação de Gelfoam® e lipiodol). A TACE tem como fundamento o fato de que o CHC apresenta uma vascularização predominantemente arterial, fazendo com que a obstrução arterial aguda torne-se uma opção terapêutica eficaz em decorrência da necrose isquêmica tumoral produzida. O suprimento sanguíneo duplo exclusivo do fígado e a dependência arterial do CHC fornecem a justificativa para o uso de técnicas de embolização arterial. A ablação por radiofrequência é outra alternativa ao tratamento cirúrgico, cujo objetivo é induzir dano término ao tecido tumoral por meio da energia eletromagnética (ondas de rádio). As lesões candidatas à ablação devem ter tamanho inferior a 3,0 cm e localização favorável (não subcapsulares, não próximas à vesícula biliar ou à via biliar principal e distante de grandes vasos).
A imagem após a realização da TACE se faz necessária para a avaliação da resposta ao tratamento, com o objetivo de identificar o sucesso terapêutico, complicações ou presença de tumor viável. A tomografia computadorizada (TC) e a ressonância magnética (RM) multifásicas são atualmente as modalidades de imagem aceitas para a avaliação de reposta. O seguimento por imagem dos pacientes submetidos à TACE pode variar, dependendo do protocolo de cada instituição, mas geralmente é realizado em 1 mês, 3 meses, 6 meses, 9 meses e 12 meses, e após esse período, aproximadamente a cada 3-6 meses.
Este estudo ressalta a importância quanto ao reconhecimento das alterações esperadas por imagem no seguimento de pacientes submetidos às terapias locorregionais por TACE e ARF, evitando a interpretação equivocada de achados e exposição do paciente a tratamentos desnecessários.
Palavras Chave
Quimioembolização transarterial; ablação por radiofrequência; carcinoma hepatocelular; ressonância magnética; tomografia computadorizada.
Área
Abdominal Gastrointestinal
Autores
Mariana Costa Leite, Thais Ramos da Costa, Ítalo Emmanuel Lima Ferreira, Penélope Aquino Neto, Francisco Aristofanes Coelho Sarmento Neto, Fabrício José Macedo, Jorge Henrique Basto Chaves, Joanna Brayner Dutra, Diogo Torres Marques