Dados do Trabalho


Título

Transformação nodular angiomatoide esclerosante do baço: um raro incidentaloma

Introdução

Este trabalho tem como objetivo relatar o caso de uma paciente com diagnóstico comprovado de transformação nodular angiomatoide esclerosante do baço (SANT do inglês). A SANT é uma lesão tumoral vascular, benigna, rara, sem risco de malignização, que teve suas características patológicas descritas em 2004 por Martel et al. Antes, estes tumores eram classificados como hemangiomas (capilar, multinodular ou esclerosantes), hemangioendoteliomas ou hamartomas.

Descrição

A paciente em questão é do sexo feminino, 41 anos, sem comorbidades, com achado incidental de lesão nodular esplênica ao ultrassom. A paciente prosseguiu investigação com tomografia (TC) e ressonância (RM) do abdome com contraste trifásico, os quais confirmaram a lesão sólida no baço. Na TC, a lesão (4,6 x 4,4 cm) era levemente hipoatenuante, com realce hipovascular progressivo, heterogêneo e apresentava imagem de cicatriz central. Na RM, a massa tinha hipossinal heterogêneo em T2, hipossinal em T1 “em fase”, inferindo depósito de hemossiderina, ausência de restrição à difusão e realce hipovascular heterogêneo progressivo, com padrão radiado. Diante do achado, optou-se pela esplenectomia, cujo estudo histopatológico confirmou SANT.

Discussão

A SANT é mais comum em mulheres de meia idade, geralmente sem manifestações clínicas, descoberto incidentalmente e a esplenectomia é o tratamento curativo. Histologicamente, o tumor é caracterizado pela presença de múltiplos nódulos angiomatoides envoltos por estroma fibroso variável. Depósitos de hemossiderina quase sempre são encontrados. Os achados de imagem incluem lesão nodular sólida, única, arredondada, lobulada, levemente hipoatenuante na TC sem contraste. Quando as fases pós-contraste intravenoso são realizadas, o realce tende a ser periférico anelar ou “radiado”, com área central hipovascularizada representando cicatriz. Na RM, o mais comum é uma lesão com hipossinal em T2, iso ou hipossinal em T1, com queda de sinal na sequência “em fase” e padrão de realce semelhante ao visto na tomografia. A cicatriz central pode ou não ser identificada. Conclui-se que o caso apresentado está em concordância com os achados descritos na literatura e que, embora inespecífico, este tumor deve ser acrescentado no diagnóstico diferencial de incidentalomas esplênicos, principalmente quando se consegue reconhecer cicatriz central ou depósito de hemossiderina intralesional.

Palavras Chave

Baço, SANT, Nódulo, Incidentaloma, Angiomatoide

Área

Abdominal Gastrointestinal

Instituições

Clinica Multimagem Diagnósticos - Goiás - Brasil

Autores

Rafael Dangoni de Souza Pires, Roberto Van de Wiel Barros, Poliana Lopes Parreira, Manoel Lemes da Silva Neto, Natália Leite Nascimento, Amira Martins Ghnnoum, Julia dos Anjos Borges, Paula Santos