Dados do Trabalho
Título
SÍNDROMES ALTERNAS: UM CASO DE DISSECÇÃO DE ARTÉRIA VERTEBRAL E OFTALMOPLEGIA INTERNUCLEAR
Introdução
Trazemos um caso de paciente adulto jovem com dissecção de artéria vertebral que apresentou, ao exame físico neurológico, achados clássicos de síndromes de tronco cerebral (alternas) identificáveis e com correlação anatômica precisa à ressonância magnética do crânio. Faço destaque de revisão para oftalmoplegia internuclear.
Descrição
HDA: N.L.P.T., masculino, 40 anos, refere cefaleia occipital persistente e tontura iniciadas há uma semana concomitantes a episódio de dor cervical de forte intensidade à esquerda durante prática de atividade física. Relata ainda paresia dimidiada à esquerda, não proporcional (MI mais acometido que MS), blefaroptose esquerda, diplopia, dor facial esquerda e hipoestesia à direita de início após crise de enxaqueca (sic) ocorrida em 02/04/22, com manutenção dos déficits até o presente.
Exame físico - Neurológico:
Marcha ceifante à E.
Força grau 4 à E.
Hipertonia à E.
Reflexos exaltados à E com clônus de patela.
Romberg negativo, sem quedas.
Nistagmo na mirada para E.
Paresia facial D e redução da gustação 2/3 anteriores da língua.
Horner E.
Hipoestesia dolorosa e térmica dimidiada à D.
Língua desviada à E, sem desvio do palato.
Discussão
1. Dissecção de artéria vertebral
Dissecção é uma ruptura subintimal longitudinal na parede do vaso resultando em acúmulo de sangue intramural no falso lúmen que pode causar: (a) estenose progressiva ou oclusão do vaso-origem, (b) oclusão de vasos perfurantes decorrentes do vaso-origem ou (c) criação de um lúmen duplo, que pode resultar em êmbolos.
O mecanismo do AVC em pacientes com dissecção inclui AVC tromboembólico em cerca de 80% dos casos, hipoperfusão por estenose ou oclusão de alto grau em 15% e mecanismos mistos em 5%.
A dissecção da artéria vertebral ocorre normalmente no nível de C1-C2 (transição V2-V3 e V3-V4).
Pode ser espontânea ou traumática. 10% bilateral.
2. Oftalmoplegia internuclear (OIN)
O seguimento de um objeto que está se movendo horizontalmente pelo campo visual requer ativação do NCVI ipsilateral e do NCIII contralateral.
Os movimentos conjugados de seguimento lateral estão sob o controle dos campos oculares frontais, que alerta o NCVI para ativar o músculo reto lateral.
Também é enviado um sinal do NCVI via fascículo longitudinal medial contralateral para o NCIII contralateral, responsável pela atividade do músculo reto medial, para permitir o movimento ocular conjugado.
injúria no trato MLF leva a OIN.
3. Discussão das síndromes neurológicas do caso
Palavras Chave
1) SÍNDROMES ALTERNAS; 2) DISSECÇÃO DE ARTÉRIA VERTEBRAL; 3) OFTALMOPLEGIA INTERNUCLEAR; 4) SÍNDROME DE COLÍCULO FACIAL; 5) SÍNDROME DE WALLENBERG
Área
Neurorradiologia
Instituições
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO - São Paulo - Brasil, UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Sérgio Ferreira Alves Júnior, Taísa Melo Guarilha, Ferdinand Dueñas Cabrera Filho, Edson dos Santos Marchiori