Dados do Trabalho


Título

Síndrome de Inflamação Perivascular Transitória da Artéria Carótida - "TIPIC"

Introdução

A síndrome de inflamação perivascular transitória da artéria carótida
(“TIPIC” do inglês Transient Perivascular Inflammation of the Carotid Artery Syndrome)
é uma causa rara dor cervical atípica que pode levar os pacientes à avaliação na
emergência. A etiologia é incerta e parece ocorrer por uma inflamação transitória na
parede da artéria, principalmente da camada íntima, e das partes moles
pericarotídeas. Inicialmente, era referida como carotidínea, mas ao longo do tempo
foram sugeridas alterações que configuram uma síndrome específica. A incidência é
maior em mulheres dos 50-60 anos, acreditando-se que, além de rara, também seja
uma condição subdiagnosticada e, por isso, é importante o reconhecimento das
alterações encontradas nos exames de imagem pelo médico radiologista para sugestão
diagnóstica e seguimento adequados dos pacientes.

Descrição

Paciente de 48 anos, sexo feminino, com queixa de dor na região cervical
anterior à direita há 1 semana, sem percepção de fatores desencadeantes. À avaliação
clínica, apresentava dor à palpação na região descrita, sem alterações laboratoriais. Foi
submetida à ultrassonografia com doppler dos vasos cervicais, evidenciando-se área de
espessamento parietal excêntrico no segmento distal da artéria carótida interna e
bulbo à direita, que apresentava leve redução luminal com fluxo preservado ao
doppler colorido. Realizou, também, angiotomografia que demonstrou espessamento
parietal e placa adiposa excêntrica determinando leve redução do calibre do vaso na
mesma localização da alteração descrita na ultrassonografia, associado à infiltração do
tecido adiposo adjacente. Os achados de imagem apresentavam correspondência com
a queixa álgica da paciente, sendo realizado o diagnóstico de Síndrome de Inflamação
Perivascular Transitória da Artéria Carótida.

Discussão

A TIPIC manifesta-se como cervicalgia aguda, normalmente unilateral, e o
paciente a localiza na região da bifurcação carotídea. A etiologia ainda é incerta,
acreditando-se que possa estar relacionada à reação medicamentosa ou mecanismos
auto-imunes. O diagnóstico é feito com base na clínica, exames de imagem
evidenciando o espessamento tecidual perivascular excêntrico na carótida e exclusão
de diagnósticos diferenciais como vasculites, trombose venosa e dissecção. O
tratamento é feito com anti-inflamatório não esteroidal e espera-se a melhora
completa em até duas semanas.

Palavras Chave

Dor cervical; Carótida; Inflamação; Angiotomografia; Ultrassonografia

Área

Cabeça e Pescoço

Autores

Sthefane Louise Gomes Nunes, Helen Aksenow Affonso, Sabina Aguilera da Costa Martins, Rodrigo Ferrone Andreioulo