Dados do Trabalho
Título
Desmóide cortical bilateral sintomático: um relato de caso
Introdução
O Desmóide cortical ou lesão de Bufkin é uma condição benigna na metáfise do fêmur, típica entre jovens atletas, prioritariamente assintomática, mas em alguns raros casos pode ser a causa de dor e perda de desempenho esportivo. É uma lesão que faz parte do grupo de patologias do tipo “não toque”, que por definição são lesões benignas que possuem características radiológicas bem definidas (muitas vezes como achados radiológicos incidentais) e que não necessitam de biópsia ou de intervenção médica, haja vista sua natureza indolente ou autolimitada. Portanto, é necessário e imprescindível o reconhecimento dessas lesões por todos os radiologistas.
Descrição
Paciente masculino, 14 anos, atleta, com queixa de dor na região anterior dos joelhos há 6 meses, após iniciar atividade física. A dor é acentuada durante à palpação do polo inferior da patela. Como método inicial de investigação foi realizada ressonância magnética, onde evidenciou-se uma lesão óssea cortical com sinal intermediário em T1, alto sinal em T2 e fina margem esclerótica, localizada na região metafisária posterior do côndilo medial, subjacente à origem do gastrocnêmio medial. Esses achados são altamente sugestivos de desmóide cortical/lesão de Bufkin.
Discussão
Demóide cortical é uma lesão fibrosa ou fibro-óssea benigna, que afeta principalmente crianças e adolescentes entre os 10 aos 15 anos que praticam algum tipo de esporte. É causada por múltiplas e repetidas trações na inserção da cabeça interna do músculo gastrocnêmio, na inserção femoral do adutor magno e na inserção do deltóide no aspecto anterolateral do úmero proximal. Geralmente é um achado incidental de imagem e assintomática, porém em alguns raros casos pode se apresentar com dor e limitação de movimentos. A prevalência é maior no sexo masculino e é bilateral em cerca de 35% dos casos.
Nos exames de imagem a lesão se comporta de diferentes maneiras: no raio X observa-se uma erosão óssea associada a reação periosteal crônica com pequenas espículas; na tomografia apresenta-se como uma erosão cortical sem extensão medular, com espessamento cortical localizado e calcificações associadas; na ressonância magnética (melhor método diagnóstico) a lesão possui sinal baixo/intermediário nas sequências ponderadas em T1, sinal intermediário/alto em T2/DP e um halo caracteristicamente hipointenso/esclerótico.
Palavras Chave
"desmóide cortical"; "não toque"; "joelho"; "esporte"; "pediatria".
Área
Musculoesquelético (incluindo USG)
Instituições
Hospital Marcelino Champagnat - Paraná - Brasil
Autores
Mathias Diogo Mattuella, Bruna Maria Stofela Sarolli, Rebeka Alves Martins, Tatiana Carvalho de Oliveira Porto, Alessandro Amorin Aita