Dados do Trabalho
Título
Estenose das veias pulmonares esquerdas pós-radioablação cardíaca, evoluindo com infarto venoso pulmonar: Relato de caso
Introdução
A estenose das veias pulmonares é uma das complicações mais graves de ablação por cateter de radiofrequência, utilizada para tratamento de fibrilação atrial, um importante fator de risco cardiovascular e de acidente vascular cerebral. Ocorre quando múltiplos focos elétricos ectópicos disparam independentemente, sendo que mais de 90% deles surgem das veias pulmonares, tornando-se alvos para terapias intervencionistas.
A radioablação visa interromper a comunicação elétrica entre focos ectópicos das veias pulmonares e do átrio esquerdo no tratamento da fibrilação atrial. A vantagem é que se bem sucedida, a anticoagulação a longo prazo se torna desnecessária.
No entanto, o processo de ablação pode induzir a lesão térmica e consequente formação de fibrose e cicatrização nos tecidos, determinando redução do calibre dos vasos.
O diagnóstico deve ser realizado de maneira precoce para que não haja implicações adversas relacionadas à progressão da estenose e danos pulmonares intraparenquimatosos.
Descrição
Relato de Caso: Paciente do sexo masculino, 55 anos, apresentando dor torácica ventilatório dependente à esquerda, progressiva, com antecedentes pessoais de radioablação por Fibrilação atrial e Flutter atrial há 5 meses, além de infecção prévia por COVID-19 há 4 mês.
Discussão
Radioablação é a causa mais comum de estenose das veias pulmonares. As técnicas iniciais apresentavam uma taxa de estenose de cerca de 42%. Atualmente, com o avanço das técnicas, as incidências variam de 0,32 a 3,4%, com o uso de ecocardiografia intracardíaca e redução da temperatura. Os sintomas mais frequentes são dispneia, tosse, fadiga, dor torácica e hemoptise.
Quando há estenose grave, pode resultar em trombose completa da veia pulmonar com infartos venosos, doença pulmonar veno-oclusiva e hipertensão da artéria pulmonar.
A opção terapêutica mais utilizada nos casos de estenose acentuada é a angioplastia com colocação de Stent, além de dilatação por balão, embora haja maiores taxas de recorrência.
Portanto, é necessário que sintomas observados após ablação por fibrilação atrial sejam valorizados e investigados, em busca do diagnóstico precoce e evitar danos pulmonares severos como o infarto pulmonar.
Palavras Chave
Fibrilação atrial. Radioablação. Angiotomografia. Estenose. Veias pulmonares.
Área
Tórax
Instituições
Hospital Israelita Albert Einstein - São Paulo - Brasil
Autores
Tainá Estruzani, Leonardo Kenji Nesi Mitsutake, Walther Yoshiharu Ishikawa, Roberto Sasdelli Neto, Gilberto Szarf, Murilo Marques Almeida Silva, Marcelo Buarque de Gusmão Funari, Eduardo Kaiser Ururahy Nunes Fonseca, Bruna Alexandre