Dados do Trabalho
Título
A importância da avaliação ecográfica na toxoplasmose congênita
Introdução
A toxoplasmose é uma infecção causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, altamente prevalente em nosso país e geralmente assintomática. Entretanto, a primoinfecção materna durante a gestação está associada a graus variados de lesões intracerebrais e extracerebrais no feto caso ocorra a transmissão vertical (toxoplasmose congênita). A idade gestacional (IG) é um fator importante para a transmissão vertical, sendo rara a transmissão no início da gestação, porém com alterações mais dramáticas neste período.
O diagnóstico é realizado através de exames laboratoriais, entretanto os exames de imagem, sobretudo a ultrassonografia, exercem um papel fundamental no rastreio e acompanhamento de possíveis alterações patológicas nessas crianças.
Descrição
Apresentamos uma série de casos em que a infecção ocorreu em diferentes idades gestacionais, ilustrando as manifestações típicas da doença e o papel da ultrassonografia neste contexto.
Discussão
A toxoplasmose congênita pode ter manifestações graves no recém-nascido, sejam elas cerebrais ou extracerebrais. As principais alterações cerebrais são a hidrocefalia, as calcificações intracranianas, a microcefalia, os focos nodulares hiperecogênicos e a vasculopatia lenticuloestriada, enquanto as principais alterações extracerebrais são a hepatomegalia e a retinocoroidite. Ainda que esses achados não sejam patognomônicos para a toxoplasmose congênita, algumas características podem favorecer esta hipótese diagnóstica quando associadas a um quadro clínico compatível.
A ultrassonografia e a tomografia computadorizada (TC) são os principais métodos de escolha para a visualização das alterações, porém a ultrassonografia apresenta vantagens como baixo custo, maior disponibilidade e ausência de radiação ionizante, além de poder avaliar tanto as alterações cerebrais (através do exame transfontanelar) quanto as extracerebrais.
Destaca-se ainda a importância da realização de uma primeira avaliação ecográfica ocular imediatamente após o nascimento, uma vez que a retinocoroidite está presente em até 80% dos casos de neurotoxoplasmose congênita não tratada e associada a sequelas a longo prazo.
O papel da ultrassonografia portanto, além de ser útil na investigação inicial, é fundamental no acompanhamento durante e após o tratamento, auxiliando a conduta pós-natal adequada visando a diminuição da gravidade das sequelas nas crianças infectadas.
Palavras Chave
toxoplasmose congênita; infecção congênita; hidrocefalia; calcificações intracranianas; retinocoroidite.
Área
Ultrassonografia Geral
Instituições
Hospital Israelita Albert Einstein - São Paulo - Brasil
Autores
Iza Campos Pedra Vieira, Eliane Eliza Dutenhefner, Leonardo Chaves Machado, Majlla Magalhães Silva, Tainá Estruzani, Miguel José Francisco Neto, Marcos Roberto Gomes Queiroz