Dados do Trabalho
Título
Desafios na abordagem do nasoangiofibroma juvenil
Introdução
O nasoangiofibroma juvenil (NAJ) é um tumor vascular raro que afeta principalmente pacientes do sexo masculino durante a adolescência. Apesar de histologicamente benigno, é localmente agressivo com potencial para invasão intracraniana. É um tumor altamente vascularizado, apresentando irrigação arterial preferencialmente através de ramos distais da artéria maxilar interna. Dessa forma, a ressecção cirúrgica deste tumor representa um grande desafio técnico, sobretudo devido ao risco de hemorragia intra-operatória.
Os métodos de imagem são fundamentais para o diagnóstico e estadiamento tumoral, com destaque para a arteriografia que apresenta um papel importante para o planejamento cirúrgico por melhor permitir o estudo dos vasos nutridores do tumor. Muitos autores recomendam que a arteriografia seja seguida por embolização pré-operatória, uma vez que este procedimento está associado a menores taxas de sangramento e redução do tempo intra-operatório.
Descrição
Apresenta-se relato de caso de adolescente do sexo masculino, de 14 anos, com queixa de obstrução nasal unilateral e epistaxe recorrente. A tomografia computadorizada e ressonância magnética mostraram achados típicos de nasoangiofibroma juvenil, sendo então submetido arteriografia com embolização, seguida de ressecção cirúrgica via endoscópica após 48 horas.
Discussão
O nasoangiofibroma juvenil (NAJ) é um tumor com origem no forame esfenopalatino, com extensão para a fossa nasal e nasofaringe, podendo estar associado a invasão e destruição óssea dos seios paranasais, além de invasão da fossa infratemporal e região orbital. Caso ocorra erosão da base do crânio, pode haver a extensão tumoral intracraniana, com ou sem acometimento dos seios cavernosos, fossa pituitária e quiasma óptico.
O diagnóstico é baseado nos exames de imagem associados a história clínica e epidemiologia condizente, uma vez que a biópsia não é recomendada pelo risco de sangramento. Apesar de ser um tumor raro, a presença de massa com epicentro no forame esfenopalatino com intenso realce após o meio de contraste e comportamento localmente agressivo favorece a possibilidade de tratar-se de um NAJ.
O tratamento de escolha é a excisão cirúrgica, com diversas técnicas descritas na literatura. A arteriografia seguida de embolização pré-operatória é amplamente recomendada, apresentando diversas vantagens quando combinada à abordagem cirúrgica. Entretanto a embolização não é um procedimento isento de risco, devendo ter indicação individualizada.
Palavras Chave
nasoangiofibroma juvenil; tumores vasculares; epistaxe; embolização; cirurgia endoscópica;
Área
Radiologia Intervencionista - SOBRICE
Autores
Iza Campos Pedra Vieira, Vitória Liz Taumaturgo Costa, Leonardo Lopes Balsalobre Filho, Thiago Giansante Abud, André Zanette Dutra, Rafael Kiyuke de Freitas, Marcelo Arcuri, Guilherme Moratti Gilberto, Rodrigo Gobbo