Dados do Trabalho
Título
TUBERCULOSE INTESTINAL
Introdução
Paciente tetraplégico há 30 anos, com constipação crônica desde então, foi encaminhado pela unidade de urgência por constipação intestinal apresentando distensão e dor abdominal. Realizada drenagem abdominal por 7 dias com persistência dos sintomas. Paciente refere episódios de vômito após a alimentação com alívio da dor após sondagem nasogástrica. Também apresenta estomatite, reporta perda de peso nas últimas semanas (sem quantificar) e nega febre. Antecedente pessoal de nefrectomia radical direita devido a nefrolitíase de repetição.
Descrição
Realizado investigação com tomografia abdominal com contraste endovenoso e via oral onde se evidenciou, além da ascite, distensão e espessamento parietal de alças e espessamento do peritônio. Não observou-se ulceração intestinal. No transcirúrgico observou-se líquido inflamatório citrino e alças friáveis, distendidas e inflamadas com implantes caseosos. Presença de aderências ente alças entéricas, colônicas, fígado, omento e parede abdominal com formação de lojas de coleções. Na análise do histopatológico foi observado tecido granulomatoso com paliçada de leucócitos circundantes e individualizado a presença do bacilo de Koch, confirmando diagnóstico de tuberculose intestinal.
Discussão
O diagnóstico de tuberculose gastrointestinal pode ser muito difícil radiologicamente e até mesmo histologicamente. Deve ser distinguido de enterite regional, sarcoidose, actinomicose, ameboma, carcinoma e abscesso periapendicular. Em contraste com a doença de Crohn, a tuberculose gastrointestinal raramente causa lesões anais, fístulas ou perfuração. É frequentemente associado a nódulos miliares na serosa, raramente causa estenoses maiores que 3 cm e pode causar úlceras transversais circunferenciais. Ocasionalmente, ulcerações francas podem ser observadas em estudos de contraste e, no final do curso, há cicatrizes. O diagnóstico requer um exame cuidadoso do tecido envolvido para bacilos álcool-ácido resistentes usando coloração especial e cultura. A necrose caseosa é mais freqüentemente encontrada nos linfonodos mesentéricos do que no próprio tecido intestinal.
Palavras Chave
#gastrointestinal #tuberculose
Área
Abdominal Gastrointestinal
Autores
Mateus Brum Brenner, Clovis Antonio Lopes Pinto, Waldinei Rodrigues Merces, Pedro Henrique Carminatti, Victor Cabral de Mello, Lorena Rosa Dikaua dos Santos Feitosa, Vinicius Calheiros Pereira Pinto, Aline Casadei de Campos, Carolina Garcia Hudari