Dados do Trabalho


Título

Fístula aorto-esofágica secundária a aneurisma de aorta torácica - Relato de caso.

Introdução

A fístula aorto-esofágica (FAE) é uma causa rara de hemorragia digestiva alta (HDA), que comumente se desenvolve secundariamente a um aneurisma de aorta torácica. O diagnóstico rápido e o tratamento precoce são necessários por se tratar de uma condição rara que apresenta grande morbimortalidade.
Cirurgia aberta e medidas de controle temporário, como embolização, caracterizam os tratamentos tradicionais. Em caso de evolução para infecção, o tratamento paliativo como cirurgia endovascular é uma alternativa mais recente e temporária, até que o paciente esteja estável para tolerar a cirurgia aberta.

Descrição

Paciente do sexo feminino, 82 anos, foi admitida na clínica médica, após relato de hematêmese em moderada quantidade com dor abdominal no hipocôndrio direito e evacuações com melena de moderada a grande quantidade. Foram solicitados endoscopia digestiva alta (EDA) e tomografia computadorizada de abdome total e tórax sem contraste. Este foi realizado primeiramente e evidenciou um aneurisma de aorta ocupando grande parte do mediastino. A conduta foi então alterada, para cancelamento da EDA e solicitação de uma nova tomografia, com contraste. Nesta, foi demonstrado um aneurisma acometendo aorta ascendente, arco aórtico e porção descendente proximal em associação a moderado derrame pericárdico e sinais de ruptura iminente e/ou ruptura bloqueada, além de uma área de ulceração estendendo-se até esôfago.
Recomendou-se a transferência para um centro de referência em cirurgia cardíaca para a realização de cirurgia vascular. No entanto, a paciente apresentou volumosa hematêmese e parada cardiorrespiratória por choque hemorrágico, com evolução para óbito.

Discussão

Apesar da endoscopia digestiva ser capaz de detectar a presença da fístula mesmo em períodos em que não há sangramento 4, possui baixa sensibilidade para detecção de FAE, dessa forma a TC com contraste é de extrema importância para a confirmação do diagnóstico em casos de alta suspeita clínica.
Como o risco de ruptura é elevado, sugere-se reparo cirúrgico no momento do diagnóstico, mesmo com a elevada morbimortalidade deste tratamento. Isso porque a conduta conservadora leva inexoravelmente à morte do paciente. No caso descrito, a conduta assumida pela equipe estava em concordância com a literatura e apesar da solicitação de transferência para um centro de referência em cirurgia cardíaca, o posterior rompimento do aneurisma com hemorragia maciça foi incompatível à vida da paciente.

Palavras Chave

Fístula aorto-esofágica; aneurisma de aorta; hemorragia digestiva alta.

Área

Alunos de Medicina / Ligas radiológicas (trabalhos de extensão acadêmica)

Autores

Luísa de Lamare dos Santos Paula, Jamile Diogo de Araújo, Diego Adrian Pucci de Araujo, Taisa Valques Lorencete, Pedro Henrique Siqueira Costa, Victória Vignotti Sabino, Ana Luísa Steinmacher Batista, Bruno Jun Komagome