Dados do Trabalho


Título

Relato de caso: Tumor glioneuronal formador de rosetas.

Introdução

Tumores glioneuronais formadores de rosetas(TGNRs) são tumores raros, primários do sistema nervoso central (SNC), descritos pela primeira vez no Brasil em 2015 e estabelecendo-se como um tumor grau I na atualização da classificação da OMS em 2021 . Majoritariamente acometem adultos na faixa de 30 anos; são assintomáticos, podendo apresentar manifestações clínicas devido ao seu caráter compressivo, como: ataxia, cefaleia, hidrocefalia. Logo, a pesquisa dessa patologia nos exames de imagem mostra-se crucial para o desfecho clínico do paciente, sendo a primeira ferramenta diagnóstica e a que pode evitar complicações clínicas futuras.A avaliação através da tomografia computadorizada tem um potencial limitado, apenas mostrando lesões variáveis e mal definidas, assim tornando-se mais interessante o uso da ressonância magnética contrastada; onde sua porção cística demonstra alto sinal em T2 e os componentes sólidos tem realce variável; na fase pós contraste a lesão geralmente apresenta realce, também sendo útil a sequência T2*, com o intuito de distingui-lo do astrocitoma pilocítico, seu principal diagnóstico diferencial. Subsequentemente, o diagnóstico é confirmado através do estudo imuno-histoquímico de seus dois componentes. Na terapêutica, os dados radiológicos são mais uma vez vitais, delimitando a lesão e as estruturas adjacentes comprometidas para assim prosseguir com sua ressecção cirúrgica.

Descrição

Paciente do sexo feminino, 56 anos, quadro de cefaleia crônica diária, sem conseguir precisar seu início, associada a déficit de memória e vertigem. Foi realizado estudo de ressonância magnética contrastado de crânio, evidenciando lesão multicística de aspecto infiltrativo com realce anelar de componente na margem anterior da lesão após a injeção de contraste, acometendo o vérmis cerebelar sem ocasionar repercussões sobre o parênquima adjacente. Assim, sugerindo a hipótese de TGNR (grau I da classificação de WHO 2021); posteriormente confirmada através da biópsia.

Discussão

Devido a sua sintomatologia comum e diagnóstico raro, o TGNR deve ser rastreado sempre que possível, pois a identificação precoce do mesmo será de grande importância para o desfecho clínico do paciente. Nos casos de maior suspeita, convém o estudo direcionado através da ressonância magnética contrastada, em detrimento à tomografia computadorizada, dando ênfase ao realce apresentado nas fases pós contrastes.

Palavras Chave

neoplasia, cefaleia, neurorradiologia, diagnóstico por imagem, hidrocefalia

Área

Neurorradiologia

Autores

João Vitor De Omena Souza Costa, Laís De Macedo Rocha, Daniel Lopes De Oliveira, Armando Gustavo Moura Monteiro, Marina Masony de Sena Silva, Bárbara Travassos Bandeira, Fernanda Cristina Verçosa Pacheco, Marília Gabriela De Barros Lima Santos, Carlos William Rodrigues Lima