Dados do Trabalho


Título

Neoplasia sólida pseudopailar do pâncreas: Um relato de caso em paciente pediátrico do sexo masculino

Introdução

O tumor sólido pseudopapilar do pâncreas, também conhecido como tumor de Frantz é uma rara neoplasia pancreática, que acomete principalmente mulheres jovens, correspondendo a menos de 3% das neoplasias pancreáticas. Foi primeiramente definido por Frantz no ano de 1959, e, no ano de 1996, a Organização Mundial de Saúde designou o termo “tumor sólido pseudopapilar” para este tumor.
Destacamos o presente caso devido à sua baixa prevalência, sobretudo em pacientes pediátricos e, principalmente, do sexo masculino.

Descrição

Descrevemos o relato de caso de uma criança de 11 anos, do sexo masculino, que apresentou um quadro de dores abdominais recorrestes e durante a investigação foi solicitada uma tomografia computadorizada de abdome que evidenciou a presença de uma lesão nodular na cauda pancreática, discretamente hipodensa, sem plano de clivagem com o baço, deslocando superiormente os vasos esplênicos. Foi optado o tratamento cirúrgico com pancreatectomia caudal, associada à esplenectomia. A avaliação anatomopatológica não foi conclusiva, porém o estudo imunohistoquímico foi compatível com tumor sólido pseudopailar do pâncreas.

Discussão

O tumor de Frantz é uma neoplasia epitelial rara, representando 2-3% dos tumores pancreáticos, cerca de 9 vezes mais prevalente no sexo feminino, geralmente entre a segunda e a terceira décadas de vida, predominantemente em não caucasianas. Apenas 20-25% dos casos ocorrem na população pediátrica, sendo ainda mais raros em meninos nessa faixa etária. Habitualmente apresentam um baixo potencial de malignidade e geralmente são assintomáticos ou pouco sintomáticos, tendo a dor abdominal com um dos seus principais sintomas. Na tomografia computadorizada e na ressonância nuclear magnética, comumente se manifesta como uma massa bem-definida, predominantemente sólida ou cística, com tamanho médio de 6-10 cm. Na TC com contraste EV, observa-se realce nas porções sólidas e ausência de realce nas áreas centrais preenchidas por fluido e debris celulares. Pode haver septação interna em um terço dos casos. Dilatação de ducto pancreático é incomum mesmo com grandes massas na cabeça do pâncreas, já que esta lesão costuma comprimir, mas não invadir estruturas adjacentes. A ressecção cirúrgica com margens livres é o tratamento de escolha, com taxa de sobrevida global em 5 anos de 95%.

Palavras Chave

Neoplasia pancreática, pseudopapilar, diagnóstico por imagem, pediátrica, meninos.

Área

Pediatria (incluindo USG pediátrico)

Instituições

Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Lucas Leimig Telles Parente, Mariana Sbaraini da Silva, Luciana Rosés Rizzon, Juliana Meyer Rosa, Êdio Fernandes de Miranda, Gustavo Ranzolin Piazzetta, Matheus de Vargas Sarturi, Alexandre Pithan Costa, Marco Aurélio Castellano de Almeida