Dados do Trabalho


Título

Leiomiossarcoma conjuntival - Relato de caso

Introdução

O leiomiossarcoma (LMS) é um tumor mesenquimal maligno que pode surgir em vários sítios anatômicos, sendo mais comum na região abdomino-pélvica, em grandes vasos sanguíneos e no útero. Esta neoplasia raramente acomete o olho e anexos, e quando ocorre, geralmente afeta a órbita, sendo extremamente incomum na conjuntiva.
Devido à sua raridade, torna-se relevante trazer este tema para o conhecimento do médico radiologista, auxiliando assim no diagnóstico diferencial das lesões oculares.

Descrição

Paciente do sexo feminino, 78 anos, compareceu ao exame oftalmológico oligossintomática, apresentando à biomicroscopia: lesão elevada em conjuntiva bulbar temporal e limbo temporal do olho direito, com vasos satélites, bem delimitada, medindo cerca de 13 mm. No dado momento, foi indicada biópsia incisional e solicitada ressonância magnética de órbitas e ultrassonografia ocular. À ressonância magnética de órbitas, observou-se pequena formação expansiva junto à superfície conjuntival temporal do olho direito
A paciente retornou após seis meses da primeira consulta devido ao crescimento acentuado da lesão, queixando-se de dor ocular intensa. Foi indicada uma nova ressonância de órbitas e exérese da lesão. A segunda ressonância magnética evidenciou duas lesões nodulares, uma temporal superior e uma inferior, em contato com a superfície ocular, sem invasão de estruturas orbitárias profundas, com aumento significativo das suas dimensões em relação ao exame anterior.
Foi sugerida a realização de imuno-histoquímica, que mostrou neoplasia de aspecto fusiforme ou epitelioide com focos de hemorragia, exibindo mitoses atípicas e pleomorfismo nuclear, favorecendo o diagnóstico de leiomiossarcoma conjuntival.

Discussão

O leiomiossarcoma (LMS) é um tumor mesenquimal maligno e agressivo com linhagem característica de músculo liso. Apenas 13 casos de LMS conjuntival foram relatados na literatura até o ano de 2022, sendo apenas 3 casos antes de 2010.
A aparência clínica heterogênea do tumor dificulta seu diagnóstico diferencial com outras condições conjuntivais, o que torna imprescindível a biópsia da lesão para a confirmação diagnóstica.
Devido ao pequeno número de leiomiossarcomas nessa localização específica, atualmente não há um tratamento padronizado para o manejo da doença. Entretanto, é consenso que a remoção cirúrgica completa com margens de segurança é obrigatória nesses pacientes, com ou sem tratamento adjuvante

Palavras Chave

leiomiossarcoma conjuntival; leiomiossarcoma; sarcoma; conjuntiva; lesão ocular

Área

Cabeça e Pescoço

Autores

Iandra Barbosa Pacheco, Marina Mendes Fick, Samuel Alves Costa Pereira, Higor Siqueira Honorato, Iuri Colares Pinheiro