Dados do Trabalho
Título
Tumor Fibroso Solitário da Mandíbula
Introdução
Trazemos um caso de um paciente do gênero masculino de 45 anos com queixa de abaulamento em região malar à esquerda há 1 ano associada a dificuldade de mastigação, trismo, dor local intensa e otalgia reflexa. Ao exame físico, apresentava abaulamento em região malar à esquerda, e à oroscopia notava-se lesão ulcerativa em mucosa jugal com abaulamento endurecido e desvio medial de pilar amigdaliano esquerdo, que também se encontra endurecido.
A avaliação clínica do pescoço não demonstrou alterações. Após a biópsia incisional da lesão, os estudos anatomopatológico e imunohistoquímico demonstraram ser um tumor fibroso solitário (TFS).
Descrição
O exame de tomografia computadorizada (TC) demonstra formação expansiva centrada no ramo esquerdo da mandíbula, insinuando-se aos espaços mastigatório e bucal à esquerda, apresentando realce sólido e discretamente heterogêneo após a administração do meio de contraste iodado.
A ressonância magnética (RM) demonstra sinal isointenso da lesão nas ponderações T1 e T2, com áreas de sinal hiperintenso em T2 e STIR de permeio, bem como realce sólido após a administração endovenosa do gadolínio.
Os achados por imagem são compatíveis com os relatos da literatura.
Discussão
TFSs são tumores mesenquimais raros, usualmente observados na pleura. Outros locais de acometimento incluem peritônio, mediastino, órbita, cavidade oral e compartimento intracraniano.
Acometimento de cabeça e pescoço representam entre 10 e 15% dos TFS, sendo o local mais comum a cavidade oral.
A idade de acometimento dos TFS é variável, entre 20 e 80 anos, sem apresentar predileção por gênero.
A apresentação clínica mais comum são massas de crescimento lento e indolor.
Na imagem, é usualmente isoatenuante na TC e apresenta isossinal em T1 e T2 na RM, com áreas de sinal hiperintenso em T2 de permeio. Apresenta realce sólido pelo meio de contraste nas duas modalidades de imagem. Usualmente apresenta crescimento lento, determinando remodelamento ósseo das estruturas adjacentes, podendo apresentar focos de erosão óssea, não sendo este indicativo de agressividade da lesão.
É uma lesão que apresenta bom prognóstico: em cabeça e pescoço, há maior probabilidade de ser benigno quando comparado a outros sítios acometidos. A ressecção é curativa na maioria dos casos. Quando apresentam margens positivas ou componente maligno no anatomopatológico, sugere-se realização de radioterapia adjuvante.
Palavras Chave
Cabeça e pescoço; tumor fibroso solitário; mandíbula; cavidade oral; neoplasia.
Área
Cabeça e Pescoço
Instituições
Universidade Federal de São Paulo - São Paulo - Brasil
Autores
João Antonio Pessôa Corrêa, Sérgio Ferreira Alves Júnior, Lays Silva Ribeiro, Murilo Cesar Alves Menezes, Taísa Melo Guarilha, José Roberto Falco Fonseca, Angela Maria Borri Wolosker