Dados do Trabalho
Título
Linfoma ósseo primário como diagnóstico diferencial de metástase óssea única
Introdução
O linfoma ósseo primário (LOP) é uma condição maligna rara. Apesar de infrequente é importante conhecer os achados radiológicos que sugiram essa etiologia, visto que apresenta uma melhor resposta terapêutica e sobrevida em relação aos demais tumores ósseos.
Descrição
Paciente feminina, 60 anos, encaminhada por lombalgia com início há 3 meses e piora progressiva, mais importante no último mês, evoluindo com paresia em membros inferiores. Solicitada ressonância magnética (RM) e tomografia computadorizada (TC) da coluna lombossacra que evidenciou lesão óssea com padrão permeativo e epicentro no corpo vertebral de L4, apresentando volumoso componente de partes moles, suspeita para malignidade.
Realizada biópsia da lesão vertebral com exame anatomopatológico compatível com Linfoma Difuso de Grandes Células B. Iniciou-se então quimioterapia. Paciente retorna seis meses depois com lombalgia irradiada para MIE, associada a aumento do volume da região lombar esquerda. TC de reestadiamento com recidiva local. Optou-se por seguir tratamento com quimio e radioterapia. Cinco meses após a paciente retorna com alterações neurológicas. Realizados novos exames com surgimento de lesões metastáticas no encéfalo, no tecido celular subcutâneo e na musculatura paravertebral esquerda. A paciente foi então encaminhada aos cuidados paliativos.
Discussão
O LOP é uma condição maligna rara responsável por 5-7% de todas as malignidades ósseas, sendo em sua maioria do tipo não Hodgkin e com tipo celular mais comum o linfoma difuso de grandes células B. É definido como linfoma isolado de um único osso e ausência de lesões distais dentro de 6 meses após o diagnóstico.
Quase todos os linfomas expressam antígeno leucocitário comum e marcadores de células B CD19, CD20 e CD79a.
Apresenta pico de prevalência entre 60 e 70 anos e predileção pelo sexo masculino (1,5:1).
O esqueleto apendicular é mais afetado, especialmente a metadiáfise do fêmur, a tíbia e o úmero. Sendo a pelve, cabeça, costelas e corpos vertebrais sítios infrequentes.
Clinicamente pode cursar com dor óssea insidiosa e intermitente, edema local, massa palpável, sintomas B, fratura patológica e compressão medular.
A imagem varia desde um osso com aparência quase normal (na radiografia simples) a lesões líticas (padrão mais comum), mistas ou com padrão de destruição permeativo, com destruição cortical e envolvimento de partes moles.
Radio e quimioterapia são opções de tratamento.
A sobrevida é melhor do que para a maioria das neoplasias ósseas primárias.
Palavras Chave
Linfoma ósseo primário; tumor ósseo; lesões líticas; partes moles; quimioterapia.
Área
Musculoesquelético (incluindo USG)
Autores
BEATRIZ BENETTI, BRUNA MARIA STOFELA SAROLLI, RENATA CRISTINA MÜLLER, MARÍLIA DA CRUZ FAGUNDES, EDUARDO RAMOS SAMPAIO, ALEXANDRE DO NASCIMENTO, MARCIO FERNANDO APARECIDO DE MOURA, JOÃO PEDRO MOTTER RANKEL, BRUNO GRANJA MARCOS