Dados do Trabalho

Título

O uso da ultrassonografia de alta frequência para avaliação de realces focais cutâneos vistos na ressonância magnética de mamas

Introdução

As alterações cutâneas mamárias estão associadas a condições benignas na maioria dos casos, no entanto, algumas alterações na pele, como espessamento da pele, enrugamento, descamação ou inflamação, podem ser o primeiro sinal de uma lesão suspeita.
O objetivo desta exposição é correlacionar os realces focais cutâneos da mama na ressonância magnética com a ultrassonografia dermatológica de alta frequência, com recomendação de pelo menos 15 MHz, a fim de estabelecer um diagnóstico mais preciso, visto que a ressonância magnética (RM) apresenta pouca especificidade para esses achados.

Descrição

A pele é composta por três camadas: epiderme, derme e hipoderme (tecido adiposo subcutâneo). Na imagem a epiderme e derme podem não se distinguir, apresentando-se como uma fina camada de 0,5 a 2,0 mm, que é hiperecogênica na ultrassonografia, com nenhum ou leve realce simétrico na RM, sendo que o complexo aréolo-papilar geralmente demonstra realce mais proeminente.
Dentre as patologias que podem se apresentar como realce cutâneo à RM podemos citar alguns diagnósticos diferenciais, destacando-se os hemangiomas que são as alterações benignas cutâneas mais frequentes da mama. Geralmente possuem menos de 2 cm e se localizam superficialmente. Na ultrassonografia podem ser isoecogênicos e na RM geralmente apresentam realce tardio.
A doença de Paget é uma manifestação incomum de neoplasia de mama em mulheres na pós-menopausa. As lesões geralmente estão presentes centralmente, em até 2 cm da aréola, mas ocasionalmente podem estar presentes perifericamente. A alteração cutânea pode ser facilmente negligenciada, uma vez que a apresentação é muito semelhante a outras erupções cutâneas.
Os angiossarcomas induzidos por radiação (secundários) mais comumente se manifestam como tumores cutâneos. São um pouco mais comuns que os primários, ocorrendo em aproximadamente 0,5% a 2,0% das mulheres que receberam radioterapia e, geralmente, aparecem após uma latência muito longa (média de mais de 10 anos). Geralmente manifestam-se como máculas ou nódulos cutâneos indolores e descoloridos. O desenvolvimento de focos cutâneos planos ou nodulares deve levantar a suspeita.
Outras alterações benignas cutâneas também podem ser encontradas, destacando-se a queratose seborreica e a cicatriz hipertrófica.
Os achados de imagem são essenciais para avaliar essas lesões, a fim de evitar procedimentos desnecessários, bem como atrasos no diagnóstico de uma potencial malignidade.

Palavras Chave

mama, ultrassonografia dermatológica, realce cutâneo, ressonância magnética, lesões cutâneas.