Dados do Trabalho


Título

Fenda esternal superior: Um caso raro de malformação da parede torácica, com enfoque nos achados de imagem

Introdução

A fenda esternal (FE) é uma anomalia rara do esterno que representa cerca de 0,15% de todas as malformações da parede torácica. Quando não tratada precocemente pode causar alterações na pressão ventilatória e nas trocas gasosas, com repercussões clínicas significativas. O objetivo deste trabalho é relatar um caso de FE, enfatizando a contribuição dos métodos de imagem na suspeição e confirmação diagnóstica, bem como na investigação de defeitos associados.

Descrição

Lactente, sexo feminino, 43 dias, nascida a termo, via cesárea, encaminhada em contexto de ectoscopia torácica alterada. Apresentava movimentação paradoxal da pele na região correspondente à fúrcula esternal, notadamente ao choro e um nevo cutâneo azulado na linha média torácica superior, sem outras alterações. Mãe de 25 anos, quadrigesta, com história de pré-natal de alto risco sem intercorrências. A radiografia de tórax demonstrou ausência do centro de ossificação sobre a região esternal e a tomografia computadorizada (TC) de tórax com reconstrução 3D revelou defeito esternal central em forma de “U”, com barras ósseas paramedianas e componente na linha média apenas em sua porção inferior. O diagnóstico de FE superior foi considerado e a paciente submetida a ultrassom de abdome, ecocardiograma e TC de crânio, que descartaram defeitos diafragmáticos, intracardíacos e de fossa posterior.

Discussão

A FE decorre de uma alteração na fusão das duas barras mesenquimais que formam o esterno entre a 6ª e a 10ª semanas do desenvolvimento intrauterino, sendo classificada em completa e parcial superior ou inferior. A forma parcial superior é a mais comum, com predomínio no sexo feminino e sua etiologia não está claramente estabelecida. Nos casos em que a FE superior ocorre como uma entidade única, os pacientes geralmente são assintomáticos (74%). A associação a outros defeitos (72%) torna imperativa a investigação através de exame físico detalhado e exames complementares. A TC é a modalidade de escolha para avaliar detalhes anatômicos do esterno. As imagens coronais demonstram melhor os defeitos lucentes correspondentes às fendas e a reconstrução 3D mostra a forma, extensão do defeito e as barras ou segmentos do esterno em ambos os lados. Uma vez confirmado o diagnóstico e realizado o rastreio de anomalias associadas, o tratamento cirúrgico precoce torna-se prioritário.

Palavras Chave

Anomalias congênitas; Anomalias musculoesqueléticas; Esterno; Fenda esternal; Malformações da parede torácica

Anomalias congênitas; Anomalias musculoesqueléticas; Esterno; Fenda esternal; Malformações da parede torácica.

Área

Pediatria (incluindo USG pediátrico)

Instituições

UFMG - Minas Gerais - Brasil

Autores

Jesiana Ferreira Pedrosa, Amanda Ziviani Pimentel, Jéssica de Carvalho Antão da Silva, Monique Rocha de Carvalho, Priscilla Aryele Nascimento Campos, Thamiris Freesz de Almeida Souza, Pedro Oertel D'Amico, Jovita Lane Soares Santos Zanini