Dados do Trabalho


Título

Neurocisticercose: revisitando as múltiplas apresentações da doença nos métodos de imagem

Introdução

A neurocisticercose (NCC) é a infecção do sistema nervoso central causada pelo parasita Taenia solium na fase larval. Esta doença se tornou um problema de saúde pública relevante não apenas para regiões endêmicas da América do Sul, Índia e Ásia, mas também para países desenvolvidos com altas taxas de imigração. Os sintomas da NCC irão variar dependendo da localização e do número de cisticercos no parênquima cerebral em associação à resposta inflamatória do hospedeiro. A NCC é a causa mais comum de epilepsia sintomática em todo o mundo e estima-se que afete 0,45–1,35 milhão de indivíduos na América Latina, 1 milhão na Índia e 0,31–4,6 milhões de indivíduos na África, outras manifestações incluem visão alterada, sinais neurológicos focais e meningite.

Descrição

O diagnóstico da neurocisticercose inclui o conjunto de manifestações clínicas, exames laboratoriais e achados de imagem. A tomografia computadorizada (TC) e a ressonância magnética (RM) são essenciais para identificar o estágio da doença e os achados associados, como alterações inflamatórias e degenerativas, efeito de massa, vasculite, aracnoidite e envolvimento ventricular.
Sequências recentes de RM como imagem de parede de vaso de alta resolução têm caracterizado os eventos vasculíticos da doença. As sequências de espectroscopia da RM podem contribuir para o diagnóstico de neurocisticercose, particularmente quando houver formas isoladas sem estágio notadamente evidente, com realce heterogêneo pelo meio de contraste, e sem a presença do escólex do cisticerco. Nestes casos, a observação de pico de succinato (um singleto em 2.42 ppm) pode auxiliar, inclusive, evitando abordagens cirúrgicas que podem ser danosas para o paciente.
Apesar de a RM fornecer melhor definição de imagem, a tomografia, pela sua maior acessibilidade e custo, continua sendo o método de triagem inicial para pacientes com suspeita de neurocisticercose. É possível visualizar através da TC todos os 4 estágios evolutivos da doença, com maior sensibilidade para os estágios calcificados.
Os exames de imagem, em conjunto com amostras patológicas, são capazes de fornecer dados relevantes desta doença, como sua morfologia e distribuição no parênquima cerebral, sendo, portanto, indispensáveis para o diagnóstico e entendimento da neurocisticercose.

Palavras Chave

neurocisticercose; estágios evolutivos; espectroscopia; esclerose hipocampal; microscopia eletrônica.

Área

Neurorradiologia

Instituições

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS - São Paulo - Brasil

Autores

Luã Portela Carvalho, Vinicius Ramos Daoud Yacoub, Fabiano Reis